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16.11.05

Historinha para o dia 16/11

Arrefecia há muito no esquife dourado, a face serena e nunca tão bela empalidecendo as begónias que lhe atropelavam o corpo. Se não fossem elas, as flores, a guarda real aprumada em negros, funéreos uniformes e uma ligeira melancolia que perpassava o reino, o incauto passante diria que o jovem príncipe apenas dormia. E, no entanto, as mulheres choravam-no no recesso dos quartos, das cozinhas e dos lavadouros. Alguns homens, os menos sensíveis, também.
O príncipe Adorján foi enterrado num amplo coval pelo próprio pai, o rei de Imrus, nos jardins do palácio de Inverno, níveo gigante tresmalhado nas montanhas mais recônditas do reino. O rei, bricoleur convicto, de muitos anos, erigiu também esplêndido monumento tumular. A bruta pedra de mármore arruivado, graciosamente afeiçoada pelas mãos reais, tomara a figura esbelta, mas imperfeita porque sem sopro de vida, de Adorján. O ícone pétreo, dizem os perplexos cronistas, possuía um pequeno defeito: o braço esquerdo, apesar dos esforços perseverantes do envelhecido rei, sempre caía no dia seguinte ao aniversário da morte do príncipe.


Diário do Barão Iszák Jaroselic, perpétuo viajante
Data: Ano de 1856, décimo sexto dia de novembro
Local: Castelo de Jenö, Quadrícula 5b, Sector Poente

Acabei de escavar um esqueleto completo, do sexo masculino, adolescente [16-18 anos, pelo desenvolvimento das epífises], na presumida sepultura do Príncipe Adoriam [m. circa 1233]. Nenhuma condição patológica a assinalar. O corpo encontrava-se numa estranha posição de inumação: embora confie nos meus olhos e nos desenhos que eu e Jana debuxámos, não compreendo porque o enterraram sentado e com o braço esquerdo na boca. Parecia que o ia comer. A menos que o tenham enterrado v… [documento ilegível deste ponto em diante].