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4.11.05

Efémera

Um amigo confidenciou-me que uma vez se apaixonou por uma rapariga que passava num autocarro, já não sei de que linha, nem ele. A figura efémera, esgarçada pelos vidros sujos de uma tarde lamacenta de Novembro, assomou-lhe súbita, aspirando todos os seus sentidos para a ventura de um momento irrepetível. Naquele momento ele foi feliz como nunca foi ou voltaria a ser.


Talvez, na altura, eu tenha estranhado o sentimento fácil, a cumplicidade algo exagerada. Mas, pensando melhor, como poderia ele não amar uma imagem que lhe prometeu a felicidade?