O avanço do deserto
Lutam pelo pouco que ainda existe, diz um soldado da SPLA [Exército de Libertação do Povo do Sudão: árabes do norte desafectos ao governo, Núbios, Dinkas, Azande, cristãos e animistas negros], rodeado de crianças arruivadas devido à subnutrição, as barrigas proeminentes servindo mormente como apeadeiros de moscas. O pouco que ainda existe, quase nada: o que ainda não foi aniquilado pelas hordas de fundamentalistas do setentrião. O extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico ou religioso – genocídio, que há quem trate as coisas pelo nome – do povo de Darfur parece que só agora é visível aos olhos da comunidade internacional. E, no entanto, neste apocalipse no vácuo, neste cenário abominável e sem testemunhas, já morreram mais pessoas que nos conflitos do Ruanda, Balcãs e Chechénia amalgamados. E, no entanto, Darfur é somente a ponta do icebergue desértico de uma gigantesca ablação de vidas, modos de ser e esperança cujo descomunal palco é o Sudão.
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"Is silence the answer? It never was." Elie Wiesel
Sudan, The Passion of the Present
Darfur Genocide:
Etiquetas: Darfur
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