Propaganda e obscenidade
Os tablóides escritos portugueses e, sobretudo os televisivos (Anátema TV), têm enveredado nos últimos anos por uma reificação teatral e performativa da trivialidade lusa. Com o advento do caso de pedofilia envolvendo alguns alunos da Casa Pia com uma série de indivíduos mais ou menos conhecidos, alguns orgãos de informação [pronto, acusem-me lá de benevolência] atravessaram o rubicão da decência jornalística e empenharam-se [pedindo emprestadas as palavras a Joan de Jean] em ressuscitar a obscenidade.
É certo que uma das maneiras de uma sociedade tomar consciência de si própria, e consequentemente dos seus podres, é através das suas performances rituais e teatrais. Todavia, quando esta fenomenologia social é utilizada de forma abusiva e invasiva, como me parece ser o caso no affair Casa Pia, os media deixam de veicular informações e tornam-se passerelles de propaganda. Política, pois.
É certo que uma das maneiras de uma sociedade tomar consciência de si própria, e consequentemente dos seus podres, é através das suas performances rituais e teatrais. Todavia, quando esta fenomenologia social é utilizada de forma abusiva e invasiva, como me parece ser o caso no affair Casa Pia, os media deixam de veicular informações e tornam-se passerelles de propaganda. Política, pois.
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