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7.1.04

A excitação da dor

Li, num daqueles poemários que oferecem no Natal ou nas festas de aniversário, que a possibilidade da existência de uma dor infinitamente excitante, existe.

Hoje, durante a bola, levei um pontapé nos "tomates". Senti uma dor daquelas que só as mulheres sentem [nós, homens, (in)felizmente não conhecemos as agruras do parto].

Tive a certeza que não existem dores infinitamente excitantes. A única excitação que senti relacionou-se com a possibilidade de rebentar a parede do pavilhão com a cabeça. Apesar das pilhérias de auxílio senti-me só como nunca me senti. E a excitação não pode sobrevir na solidão.