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29.1.04

Das nêsperas do Manca-Mulas

“Loas a quem me disser o nome dos desgraçados”, gritava junto às nespereiras devassadas o Manca-Mulas, desejando em surdina que o Diabo levasse para o inferno a canalha dos prevaricadores.
Naquela semana por três vezes os tunantes se tinham empanzinado de nêsperas luzidias e doces, à custa dele, desprezível rendeiro de uma leira de meia aguilhada. Por boca travessa soube que um dos meliantes era o Fernando. Este, reles de figura, sempre descalço e com o monco de ranho a pender pela narina, andava sempre incluso em más andanças, muito por culpa do confrade inseparável, o Faustino. O Fernando vivia num casinhoto junto ao Palácio, dois quartos, uma salita sempre cheia de fumo com o lume a um canto, casa de banho no quintal e um portão de madeira alto a separar o privado do lar da estrada macadamizada.
Naquele dia à tarde, depois de andar todo o dia a armar costelos na Maracha, o Fernando voltava a casa estoirado, o Kentucky fanado na loja do ti João Mata a pender na queixola. Dissimulado atrás do portão, o Manca-Mulas, segurando um fogueiro nodoso entre as mãos de bruto. Anos mais tarde o Fernando recordava:
“Quando passei o portão o velho deu-me uma paulada nas costas que eu até dei três passos para trás”.