Passeio Público
(Aparências)
Um olhar superficial revela apenas uma fracção parcelar da natureza das coisas. Aparentemente, a Universidade de Coimbra (UC) passa por um bom momento, abainhado por um conjunto de circunstâncias que erigem um muro de optimismo em redor das faculdades.
De facto, a UC é a instituição académica portuguesa mais bem classificada num ranking internacional publicado pelo jornal inglês The Times. A venerável universidade conimbricense ascendeu, este ano, à 366.ª posição a nível mundial, e é mesmo considerada a terceira melhor do espaço da lusofonia e a sexta melhor da Península Ibérica. Coincidentemente, o seu orçamento para 2010 ultrapassa, pela primeira vez, os 200 milhões de euros; e a candidatura a Património da Humanidade apronta os derradeiros detalhes da apresentação final à UNESCO. Não há como evitar a máxima de Pangloss: tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis.
Infelizmente, quando aproximamos o olhar descobrimos pequenos defeitos, ou irregularidades, que dilapidam o capital de optimismo que antes acumulámos. O orçamento é, na aparência, desafogado; contudo, apenas 30% (60 milhões de euros) das verbas serão canalizadas para unidades não relacionadas com o pagamento de pessoal. A investigação científica, por exemplo, será contemplada com 20 milhões de euros. Eu acho que é pouco. O prestígio das universidades alicerça-se na marca pedagógica e, sobretudo, na qualidade da sua investigação científica. Que, evidentemente, não se faz sem dinheiro. O corte no Orçamento de Estado das verbas para o ensino superior é o principal responsável pela inadequação das verbas destinadas à investigação. Quanto a isso, há pouco a fazer.
Apesar de tudo, o momento é extremamente positivo. O espaço simbólico da UC pode ter diminuído, mas o mundo é constituído por factos e não por nostalgias. E a Universidade de Coimbra tem sabido crescer, apesar das dificuldades orçamentais (mais do que triviais nas universidades portuguesas). Sete séculos de história e um futuro: que se cumpram na velhice as promessas da juventude.
Um olhar superficial revela apenas uma fracção parcelar da natureza das coisas. Aparentemente, a Universidade de Coimbra (UC) passa por um bom momento, abainhado por um conjunto de circunstâncias que erigem um muro de optimismo em redor das faculdades.
De facto, a UC é a instituição académica portuguesa mais bem classificada num ranking internacional publicado pelo jornal inglês The Times. A venerável universidade conimbricense ascendeu, este ano, à 366.ª posição a nível mundial, e é mesmo considerada a terceira melhor do espaço da lusofonia e a sexta melhor da Península Ibérica. Coincidentemente, o seu orçamento para 2010 ultrapassa, pela primeira vez, os 200 milhões de euros; e a candidatura a Património da Humanidade apronta os derradeiros detalhes da apresentação final à UNESCO. Não há como evitar a máxima de Pangloss: tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis.
Infelizmente, quando aproximamos o olhar descobrimos pequenos defeitos, ou irregularidades, que dilapidam o capital de optimismo que antes acumulámos. O orçamento é, na aparência, desafogado; contudo, apenas 30% (60 milhões de euros) das verbas serão canalizadas para unidades não relacionadas com o pagamento de pessoal. A investigação científica, por exemplo, será contemplada com 20 milhões de euros. Eu acho que é pouco. O prestígio das universidades alicerça-se na marca pedagógica e, sobretudo, na qualidade da sua investigação científica. Que, evidentemente, não se faz sem dinheiro. O corte no Orçamento de Estado das verbas para o ensino superior é o principal responsável pela inadequação das verbas destinadas à investigação. Quanto a isso, há pouco a fazer.
Apesar de tudo, o momento é extremamente positivo. O espaço simbólico da UC pode ter diminuído, mas o mundo é constituído por factos e não por nostalgias. E a Universidade de Coimbra tem sabido crescer, apesar das dificuldades orçamentais (mais do que triviais nas universidades portuguesas). Sete séculos de história e um futuro: que se cumpram na velhice as promessas da juventude.
(Ontem, 06/11, no Jornal de Notícias)
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