Os corpos invisíveis
Já o disse e reafirmo: o activismo selectivo alimenta-se da hipocrisia. Uma penumbra criteriosa ensombra o olhar de alguns que só palpitam quando sentem no mal o dedo americano [e o seu avatar mindinho, israelita]. Para esses, só existem os corpos de iraquianos, palestinianos ou libaneses. Um corpo no Darfur - ou no Laos - é invisível, a carnificina improvável e pouco noticiada. Mesmo agora, enquanto escrevo, os corpos intangíveis de mulheres e homens, velhos e crianças, não podem, senão nas boas intenções de alguns, dar a conhecer a rasura nas aldeias de refugiados do Chade. O Darfur expande-se [mas isto é apenas a minha imaginação que me faz ver o que não existe].
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