Quase confissão
Junto os factos contingentes, um por um, com vagar e alguma minúcia, respigados sobretudo das linhas burocráticas de um funcionário do cemitério e da parca, mas exuberante, prosa dos antigos jornais de província. E por isso sei agora daquela tragédia que acometeu a [então] aldeia de T. no dia 26 de Junho de 1926. Ou uma outra, mais irónica mas igualmente fatal, acontecida na vila [hoje já será cidade?] de V. em 24 de Setembro de 1929. Folhas secas que me vão denunciando a floresta pretérita. A pele da cobra que me diz que houve uma cobra. Sinto-me um deus que chama o Lázaro, vaga, pressentida imodéstia desta quase confissão.
Etiquetas: antropologia
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