Exemplae
No destacável Y de ontem pode contemplar-se mais um exemplo perspícuo de "nepotismo nacionalista" por parte dos críticos de cinema do jornal Público. Jorge Mourinha, Luís Miguel Oliveira, Mário J. Torres e Vasco Câmara atribuem, com a maior displicência, exactamente a mesma pontuação a 20,13, de Joaquim Leitão, e ao filme de Clint Eastwood "As bandeiras dos nossos pais". Mas que merda de crítica é esta [desculpem-me o calão]? Como é que se comparam e igualizam [em termos de qualidade artística] estes dois filmes: um, o de Clint, uma das obras maiores numa obra a todos os níveis notável; e o outro, o de Leitão, que, para além dessa notável caracterítica de ser falado na língua de Cavaco, nos confirma o talento do Angélico dos D'Zert? Indubitavelmente, a crítica é sensível ao país de origem dos filmes. Se é português, é bom. Se é americano, bem... Depende, não é? Porcaria de crítica em que o que interessa realmente é a palmadinha nas costas do amigo, os jantares na ante-estreia e a troca de favores.
Mas - e eis uma hipótese que não é de todo improvável - pode ser que eu esteja redondamente enganado e 20,13 é, de facto, tão bom como "As bandeiras dos nossos pais" e melhor que "Babel" de Iñarritu. Finalmente, vamos ter um filme português oscarizado e de palma de ouro a adornar-lhe os cornos.
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