A parede da igreja permeou incólume o verão
Vivo os dias longínquos sem que os consiga mudar. O passado acorda aquém de mim. Talvez ainda te ame como naquela noite em que te amei de longe, entre os fumos e as danças de pista, numa conversa desfasada sobre a praia e o calor. Os teus lábios precisos são reais mas não consigo beijá-los agora. Como eu te amava, parva. Conhece-me: gosto de contar as sílabas do poema curto, gosto de reverdecer a perecida estepe, gosto de pensar que um dia te amei – talvez hoje mesmo te continue a amar.
A parede da igreja passou incólume o Verão. Não tive coragem de escrever a mijo o meu nome naquele chão sagrado.
A parede da igreja passou incólume o Verão. Não tive coragem de escrever a mijo o meu nome naquele chão sagrado.
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