<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

30.6.05

Chamas

A rebeldia sobressaltada dos amantes sucumbe por vezes em ígneos enleios de paixão. Esta incendeia, dizem os mais avisados. Poderia dar-vos uma dúzia de exemplos de amplexos definitivos – bastaria ler alguns jornais de actualidades – em que o juízo do fogo eximiu afeições à eternidade da morte. Reparem que os amantes, por vezes, morrem abraçados, açoitados por ingentes labaredas. A corporalidade do homem e da mulher sobrevive, porventura, em duas linhas circunspectas no diário local que celebram a improbidade da ardida morte e a perpetuidade do amor abraçado.

Jörg Klimdt morreu durante a noite, na cama. Não dormia mas a segadora surpreendeu-o da mesma forma. O fogo prostrou o quarto exíguo em poucos minutos, de acordo com o chefe dos bombeiros, o calor ou o fumo – ou ambos – quebraram a parca resistência de Jörg, que enfim afrontou o barqueiro, cingido a um livro desfeito. Alguns jornais transcreveram uma única frase resgatada do fragmentário volume: “A minha amada chega no ar dos pinhais”. Aida Klimdt, esposa do defunto, enviara-lhe o livro – de um poeta português, Ruy Belo – alguns dias antes da tragédia. Amavam a poesia, as palavras intraduzíveis do amor, proferiu chorosa.

Ainda agora penso que aquele livro de Ruy Belo levava consigo Aida, o amor chegado a Jörg no ar dos pinhais. E a morte colheu-os abraçados, como não poderia deixar de ser.

Etiquetas: