A inflexível erosão: o tempo
Num final de tarde aziago, Gaia, mãe-terra verdadeiramente inconsciente e de pouca erudição parental, ofereceu uma foice a Crono [o “Tempo”], o seu filho benjamim. Este, filho desvelado, cortou os genitais ao seu pai, Urano, e tomou o seu lugar como rei do Olimpo. Crono decidiu ainda cear os seus filhos e de uma assentada despachou Héstia, Posídon, Hades, Hera e Deméter. Zeus, o terceiro descendente do Tempo, foi salvo, em boa hora [para ele, claro], pela mãe, Reia. Um dia, feito homem de barba rija, disfarçou-se de criado de mesa e com a ajuda de Hades e Posídon matou Crono com um raio.
Esperem um momento. Parou. Zeus matou, eliminou, aniquilou o Tempo?! Estamos em sintonia, meu?! Mas quem despachou quem? Alguém comemora essa vitória de Zeus? Alguém se rala com o seu relâmpago? Zeus já era, o Tempo é eterno. Um dia acordas e só tens o vazio à tua frente. Mas o Tempo, esse, vai continuar a passar por cima de todos.
Esperem um momento. Parou. Zeus matou, eliminou, aniquilou o Tempo?! Estamos em sintonia, meu?! Mas quem despachou quem? Alguém comemora essa vitória de Zeus? Alguém se rala com o seu relâmpago? Zeus já era, o Tempo é eterno. Um dia acordas e só tens o vazio à tua frente. Mas o Tempo, esse, vai continuar a passar por cima de todos.
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