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12.1.05

Cigarradas

Afinal fica quase tudo na mesma: quem fuma pode continuar a fazê-lo impunemente em restaurantes e casas de pasto, bares e tascas, discotecas e bôites, é só puxar do cigarrinho, deitá-lo nos queixos, botar-lhe fogo, inalar com força e expelir o fumo com gana para a cara do incauto passante. Os proprietários de tão díspares estabelecimentos poderão assinalar a sua determinação, proibindo os fumantes ou consentindo a prática. Fica a brasa na mão de pessoas que só se interessam, quase sempre, com os proventos, pouco se danando com a saúde da clientela. Não me faz mossa que um indivíduo fume 10, 20 ou 30 cigarros por dia. Eu também gosto de abusar do sal, por exemplo. Sou um louco. Mas a minha proclividade para a comida altamente salificada não introduz malefícios à vidinha de quem, porventura, comigo convive. Tal não sucede com o prolixo halo de fumo, difuso assassino de inocentes. O fumo esvoaçante de um cigarro interfere com a saúde e com a liberdade dos que optam conscientemente por não fumar. E, em matéria de defesa da liberdade, a radicalização das práticas legislativas torna-se premente. Para a montanha não parir um rato.