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12.10.06

A poeira do silêncio

Quase toco o silêncio, passos leves. A chuva caíu toda no dia anterior e nas ruas as crianças prendem restos de água nos braços sujos. Há uma luz dividida e homens que se aceitam na sombra. Risos francos mas silentes. Vozes adormecidas em quentes recantos, palavras ouvidas sem que ninguém as pronuncie.
Alguém bate numa criança de pouco sono.