O peregrino
[Bosch, The Wayfarer]
Nos últimos dias foi o rosto daqueles que o mundo queria esquecer. Mas antes já atravessara a noite dos caminhos, fora um peregrino voraz, exilado à procura da salvação. Fora a antítese do que viria a ser nestes derradeiros dias de agónica representação: a férrea vontade salvífica vertida num corpo atlético. Sobre a cabeça do viajante observamos os campos, a bucolia das colinas, e pressentimos a demanda do Paraíso: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”.
O peregrino já encetou a sua derradeira jornada.
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