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6.5.04

A primeira noite de sete – Um adeus à festa

Adormeci vagamente inspirado num caixote de lixo sob um candeeiro, dois copos de plástico espiando um homem ébrio que peleja para não cair na poeira da noite. Indecisamente, o meu olhar transpôs o umbral negro do sonho e espiou de perto aquele corpo lívido, espectro fugidio de um conto de Edgar Allan Poe. Através do óculo de Galileu apercebi-me que viveu a noite em correrias loucas, assaltou a barraca do pão com chouriço e arrebatou romances de ocasião.

Acordei. Foi só um sonho, espero. Aquelas sete noites nunca mais voltarão a ser. Pelo menos para mim.