Fátima
Apesar de cristão nutro sentimentos antinómicos em relação ao fenómeno religioso de Fátima. Se, por um lado, pressinto na religiosidade que envolve as “aparições” um timbre popular que se aproxima da crença “real”, sentenciosa e incorrompida pelas hierarquias católicas; por outro, repugno a apropriação da fé para fins lucrativos, corporizada pelos reles vendilhões que tomaram de assalto as imediações do santuário; e a recidiva expressão de fé através do auto-sacrifício [o mesmo não é dizer que repugno as pessoas que, livremente, escolhem esta maneira de manifestar a sua fé]. Noto que Fátima, enquanto fenómeno mundial de religiosidade, provoca nas pessoas reacções extremas, de aceitação ou rejeição, que são visíveis, por exemplo, nos posts de hoje do Barnabé e nas reacções aos mesmos.
Qualquer religião não sujeita a uma hermenêutica crítica é fundamentalista. Fátima deve ser, portanto, questionada e avaliada, teologicamente dissecada. Julgo, no entanto, que questionar é diferente de zombar e que a incomensurabilidade de opiniões díspares não legitima a despromoção satírica dos "videntes" (aka pastorinhos), de peregrinos e do próprio santuário. O pedantismo intelectual de alguns também é uma forma de fundamentalismo.
Qualquer religião não sujeita a uma hermenêutica crítica é fundamentalista. Fátima deve ser, portanto, questionada e avaliada, teologicamente dissecada. Julgo, no entanto, que questionar é diferente de zombar e que a incomensurabilidade de opiniões díspares não legitima a despromoção satírica dos "videntes" (aka pastorinhos), de peregrinos e do próprio santuário. O pedantismo intelectual de alguns também é uma forma de fundamentalismo.
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