<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

27.4.04

Revisionismo histórico – Guy Fawkes

Conheci Guy Fawkes, o bombista, à sombra da Porta do Bazar de Rodes. O derradeiro Grão-Mestre dos Cavaleiros dissipara-se na bruma incerta do mundo ínfero muitos anos antes, mas Guy sabia onde encontrar o Guardião do Segredo. Cruzámos como lémures silentes o Mercado Velho, tentando não denunciar o nosso rosto de ignotos estrangeiros, e penetrámos num pequeno pátio arcano, algures na Rua dos Cavaleiros. Uma jovem de cara tapada, um único fio de cabelo negro assomando sobre o lenço escarlate, aguardava-nos desde que o sol era nado. Sem dizer uma palavra, muda como S. Pedro na abside central da Basílica dedicada ao mesmo, entregou a Guy um palimpsesto de caligrafia argêntea, onde constavam as minudências teológicas e técnicas da nossa missão.

Decifrámos lentamente aquelas letras finamente desenhadas, arte superlativa que não nos desviou a atenção do grave conteúdo textual. Fawkes e eu, perfilhando escrupulosamente as advertências do manuscrito, tomámos em mãos o desígnio sacrossanto de assassinar o rei Jaime I de Inglaterra, traidor da una e vera Igreja, mas a inconstância do destino e a intervenção inoportuna de uma horda de demónios malogrou as expectativas do Conselho dos Anciãos. Guy foi preso nas catacumbas sob o Parlamento de Londres, enquanto aprontávamos o atentado. Eu escapei à captura, por desígnio de Deus e de umas boas pernas para correr. Fawkes foi executado, também em Londres, no dia 5 de Novembro de 1606, desde aí, desgraçadamente, conhecido por Dia de Acção de Graças. No derradeiro instante o beleguim ofertou misericórdia a Fawkes se ele atraiçoasse os cúmplices, a sua cabeça repousava já sobre o cepo de pinho. O cutelo fugiu das minhas mãos. Fora mais célere que as palavras traiçoeiras daquele impostor.

Adenda: Uma pequena parte dos factos narrados neste texto correspondem à verdade histórica.
Dedicado especialmente ao Bruno, ao Marcos, à Charlotte, aos Barnabés e ao Nuno Guerreiro.