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28.4.10

Interista

Quando um homem cai morto num duelo, isso não demonstra que as suas ideias eram erradas. O facto de ele se ter envolvido numa tal prova apenas atesta uma nova e mais vasta perspectiva. A vontade dos duelistas de renunciar a quaisquer novas discussões, reconhecendo o carácter trivial de todo e qualquer debate, e de apelar directamente às instâncias do absoluto histórico indica claramente a pouca importância de que se revestem as opiniões e a grande importância das divergências em torno dessas mesmas opiniões.
{Cormac McCarthy, Meridiano de sangue, p. 208}

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We hate it when our friends become successful*

A amizade é apenas um conceito que engloba tudo e mais alguma coisa - excepto o sucesso dos amigos.
*resposta póstuma e em tom menor a uma asserção que é evidentemente verdadeira.

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25.4.10

Sempre

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24.4.10

Passeio Público

{A estranheza da realidade}
Assoberbada e distante, a cidade respira - apesar da frivolidade da meteorologia. As pequenas ocorrências sucedem-se, como os dias, e finalmente esquecem-se. Todavia, antes de desaparecerem no turbilhão, os sucessos mais risíveis e grotescos devem ser evocados, ilustrados com algum zelo vocabular. A cidade merece as suas histórias – mesmo aquelas que desmerecem a cidade.

A Baixa de Coimbra é terreno fecundo para o insólito. Culpa dos homens, claro, e não da geografia. Há pouco tempo, no centro administrativo da cidade, junto ao edifício da Caixa Geral de Depósitos, um homem acabado de sair da esquadra da PSP, alegadamente por ter passado a noite na edificante tarefa de roubar gasóleo, assaltou uma velhota de 94 anos. Um segurança da Câmara Municipal topou o sucedido e lançou o cinematográfico alerta: “agarra que é ladrão!” O nosso herói ainda tentou escapar mas uma milícia formada logo ali apanhou-o num ápice. A notícia não é clara quanto ao destino do jovem assaltante, mas suponho que voltou à rua depois de ter respondido no tribunal pelas suas façanhas.

Não é difícil secundar a presunção de Chesterton quando escreveu que a realidade é mais estranha que a ficção. Para persuadir o leitor mais fleumático, recomendo a leitura atenta e regular da secção de crimes dos jornais. As notícias têm certamente um vínculo com o pequeno mundo dos bairros e ruas das cidades, e com as circunstâncias e minudências das infracções, delitos e ofensas que embotam até o fulgor dos celebradíssimos policiais nórdicos.

A realidade é surpreendente: parece um filme, diriam alguns. O problema reside nas velhotas que ficam para trás, com o maior susto da carreira e uma perna partida. Não há maior realidade que a dor, e isso não deveria ser assim tão estranho.
{Sexta-feira, 23/04, no Jornal de Notícias}

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22.4.10

Não respondas ao insensato segundo a sua loucura

Talvez seja de bom tom começar pela leitura de «The anatomy of melancholy», de Burton. Depois, não lhe fará mal ler uma summa das obras de Freud, as «Confissões» de Santo Agostinho e Provérbios 26:27. Terminará com a leitura integral do proveitoso DSM-IV - aqui recomendo a ajuda de um profissional.
Não é vã ou insensata a força que assim nos aconselha.

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21.4.10

Um dos mais belos e emocionantes versos jamais escritos

«Never, never, never, never, never»
{William Shakespeare, King Lear, pág. 345}

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15.4.10

Estéticas da morte #sessenta

& assim terminou a sua vida, resfolegando como um novilho. Quanto a D. Berenice, haveria de viver ainda dois carros de anos – se ainda se recordam desta medida tão pícara, perceberão que não foi assim tão pouco – mas agarrada já ao túmulo, à escuridão do que ainda havia de vir, & pouco importada com a fortuna, com os jardins da casa de Alvouco ou com a educação do menino Américo. Chorou uma única vez, durante todos esses anos, porque se queimou a fazer o café (ou possivelmente o chá), sorriu ainda menos & esqueceu o uso das palavras – ninguém mais lhas escutou. Podia dizer-se que D. Berenice foi vivendo, mas o mais correcto talvez seja dizer-se que D. Berenice foi morrendo
(sem no entanto chegar de facto a morrer).
Sei bem o que digo: ando há dias a pensar nisto que aconteceu a D. Berenice (esta respiração pendente, este sono empedernido) & entretanto algum cheiro há-de surgir. Então, declará-la-ei finalmente morta - como é lógico supor, e a menos que ela se levante sem nada dizer, se dirija à cozinha e me prepare uma infusão de ervas, como é, de resto, seu hábito antigo.

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12.4.10

E um protector solar também dá jeito #treze


(Praia do Beliche, Sagres)
(1) (2) (3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)

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10.4.10

Passeio Público

{Cultura}
Quando se fala da “cultura Coimbrã”, seja lá o que isso for, a retórica dos tribunos cede quase sempre à territorialização excessiva de culpas, responsabilidades e comprometimentos. Por outro lado, à voragem da escolha inequívoca de campo junta-se a tendência para o consabido, ou seja, a propensão para destacar de forma acrítica todos os postulados e lugares-comuns que nem sempre correspondem à verdade.

Possivelmente, não será inteiramente lícito corresponder à impressão generalizada de “decadência cultural” uma culpabilidade autárquica (designadamente à anterior vereação da Cultura), ou mesmo corresponder essa mesma sensação transversal de declínio à realidade.

O estado da cultura em Coimbra é muitas vezes pintado de tal modo que se torna difícil contestar, ou mesmo discutir, a sua situação de forma criativa e fecunda – e, como é de supor, não se espera que os debates, mais ou menos cíclicos e redundantes, balizem estratégias e planos com sequência prática a médio e longo prazo. Parece claro que Coimbra não deve muito a outras cidades no que respeita à quantidade e qualidade da produção cultural – o que se verifica, indubitavelmente, é uma fragmentação e uma desarticulação programáticas que dificultam a fidelização de públicos e criam uma sensação difusa de vazio ou pequenez.

Contudo, a diagnose de uma espécie de depressão endémica na cultura da cidade vem sendo feita já há muito tempo, por pessoas afectas a sensibilidades e ideologias diversas. Este diagnóstico, por muito rígido que possa parecer, não pode ser tomado como uma falácia absoluta. As pessoas não sentem no vácuo: algo se passa na cultura em Coimbra, que não se isenta de imperfeições e lacunas.

O discurso prevalente sobre a cultura Coimbrã, que enfatiza a perda e o declínio (uma construção típica de um certo provincianismo), coexiste com a defesa de um “estado cultural” auspicioso, criativo e luminoso. Podíamos concordar com qualquer uma das posições mas felizmente o mundo não é a preto-e-branco.
{Sexta-feira, 02/04, no Jornal de Notícias}

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4.4.10

Infinita benignidade

Talvez não - a tarde sofreu com as deserções. Um sumo-sacerdote, um sumo de laranja, uma revista de gajas nuas. Um filme de cães, pudera!, acabaram-se as mordomias da religião. Um resto de alecrim, um beijo mutilado (1 bj), uma casca de camarão. A senhora dos caracóis. O armário escancarado. A lição da professora histérica, e um pouco puta (a bem dizer). O Gavião na massa dos óculos, o Chiado escalavrado, a virtude das chagas de um cínico. Fora isso, tudo bem.

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